terça-feira, outubro 31

Exposição e Conferência sobre "O Remexido" em Loulé


As Câmaras Municipais de Loulé e Lagoa estabeleceram um protocolo para apresentação da Exposição “Remexido”, a ter lugar na Galeria de Arte do Convento Espírito Santo, de 5 a 30 de Dezembro.
Esta iniciativa pretende dar a conhecer a vida de José Joaquim de Sousa Reis, mais conhecido por “Remexido” na história do século XIX no Algarve, período marcado pelas lutas liberais, onde este se insere como defensor da causa miguelista.
A exposição exibe novas informações relativas à passagem do mesmo pela localidade de Loulé, através de documentos do Arquivo Municipal e outras informações existentes no Centro de Documentação.
A inauguração da exposição terá lugar no dia 5 de Dezembro, pelas 18h00, seguindo-se a conferência “O Remexido e a Resistência Miguelista no Algarve”, proferida por José Carlos Vilhena Mesquita, da Universidade do Algarve.
Durante o período em que estiver patente ao público, a exposição será dinamizada pelos Serviços Educativos da Divisão de Cultura e História Local, com visitas guiadas para o público em geral e com actividades direccionadas para o público escolar.
Nascido em Estômbar a 19 de Outubro de 1797, José Joaquim de Sousa Reis casou-se em S. Bartolomeu de Messines. Deve-se, aliás, ao seu casamento, o nome por que ficou conhecido, já que se rebelou (remexeu) contra o seu tutor, que lhe proibia o casamento. Era um homem de posses, capitão de ordenanças, além de exercer a função de recebedor do Concelho.
Servindo D. Miguel, derrotou, em conjunto com o general Tomás Cabreira, o famoso Sá da Bandeira, na Batalha de Sant’ Ana. Quando o primeiro Duque da Terceira tomou conta do Algarve, o “Remexido” escondeu-se na serra algarvia, onde, recorrendo a uma táctica de guerrilha e apoiado por serranos, venceu sistematicamente as tropas governamentais.
Diversos crimes foram cometidos em seu nome e rapidamente se tornou uma lenda de temor que se espalhou até ao Alentejo. Contudo, estudos recentes parecem ilibá-lo de tais crimes e acções ignominiosas. De facto, queimaram-lhe a casa, açoitaram-lhe publicamente a mulher por não revelar onde ele se encontrava escondido e, por fim, mataram-lhe um filho de 14 anos. Revoltado contra tal crueldade, vingou-se como podia e jamais se entregou, mantendo a sua acção de guerrilha mesmo depois da Convenção de Évora Monte. Procurava castigar os que os perseguiam, mas perdoava aos soldados que lhe caíam nas mãos, porque desempenhavam um serviço que eram obrigados a fazer. Por fim, foi capturado, levado a Conselho de Guerra e fuzilado em Faro, a 2 de Agosto de 1838. Julgado por um Conselho pouco simpatizante da "causa miguelista", e mesmo tendo-lhe a Rainha D. Maria II concedido o perdão, tal ordem não foi cumprida e fuzilaram-no por interesses políticos e pessoais.


Link original, aqui http://www.cm-loule.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=1853

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